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Mediunidade Consciente




Introdução:
Esta unidade objetiva esclarecer, fundamentada na instrução dos Espíritos superiores, como se processa a incorporação mediúnica e a assimilação das correntes mentais, especificando a ocorrência com os médiuns conscientes, semi-conscientes e inconscientes.
Incorporação Mediúnica:
É a forma de mediunidade que se caracteriza pela transmissão falada das mensagens dos Espíritos. É, em nossos dias, a faculdade mais encontrada na prática mediúnica. Pode-se dizer que é uma das mais úteis, pois, além de oferecer a oportunidade de diálogo com os Espíritos comunicantes, ainda permite a doutrinação e consolação dos Espíritos pouco esclarecidos sobre as verdades espirituais.
O papel do médium seja ele consciente ou não, é sempre passivo, visto que servindo de intérprete neste intercâmbio, deve compreender o pensamento do Espírito comunicante e transmiti-lo sem alteração, o que é mais difícil quanto menos treinado estiver.
A incorporação é também denominada psicofonia, sendo esta denominação preferida por alguns porque acham que incorporação poderia dar a idéia do Espírito comunicante penetrando o corpo do médium, fato que sabemos não ocorrer.
Martins Peralva, na sua obra "Estudando a Mediunidade, que por sua vez, baseou-se na obra "Nos Domínios da Mediunidade", ditada pelo Espírito André Luiz ao médium Francisco Cândido Xavier, esclarece que:
"É através dela (a incorporação), que os desencarnados narram, quando desejam (ou quando lhes é facultado), os seus aflitivos problemas, recebendo dos doutrinadores, em nome da fraternidade cristã, a palavra do esclarecimento e da consolação."
"Referindo-se aos benefícios recebidos pelo Espíritos nas sessões mediúnicas, é oportuno lembrarmos o que afirmam mentores balizados (balizar - v. tr. dir. Indicar por meio de balizas; abalizar; distinguir; determinar a grandeza de.).
Léon Denis, por exemplo, acentua que, no Espaço, sem a benção da incorporação, os seus fluidos, ainda grosseiros, "não lhe permitem entrar em relação com Espíritos mais adiantados".
O Assistente Aulus, focalizando o assunto, esclarece que eles "trazem ainda a mente em teor vibratório idêntico ao da existência na carne, respirando na mesma faixa de impressões".
Emmanuel, com a palavra sempre acatada, salienta a necessidade do serviço de esclarecimento aos desencarnados, uma vez que se conservam, "por algum tempo, incapazes de apreender as vibrações do plano espiritual superior"."
No Livro "Desafios da Mediunidade", o Espírito Camilo (mentor do médium e conferencista José Raul Teixeira), examina o termo "incorporação" – Questão n.º 28, trazendo um enfoque muito importante:
"É correto falar-se em "incorporação"?"
Resposta: "Não se trata bem da questão de certo ou errado. Trata-se de uma utilização tradicional, uma vez que nenhum estudioso do Espiritismo, hoje em dia, irá supor que um desencarnado possa "penetrar" o corpo de um médium, como se poderia admitir num passado não muito distante.
O fato de continuar-se a usar o termo incorporação, nos meios espíritas, também se deve a sua abrangência. Comumente (adj. Vulgarmente; geralmente. (De comum.)), é proposto o termo psicofonia; contudo, para muitos, a expressão estaria indicando somente fenômenos da fala, como na psicografia temos o fenômeno da escrita, tão somente. Ocorre que podemos encontrar médiuns psicógrafos cujo psiquismo os desencarnados comandam plenamente. Aqui, então, tecnicamente, o termo psicofonia, não se aplicaria, enquanto ficaria suficientemente compreensível o termo incorporação.
Evocamos, então, o pensamento kardequiano, expresso em O Livro dos Esíritos, dando elasticidade ao termo "alma", a fim de fazer o mesmo no tocante ao termo incorporação. Como ele aparece com muita freqüência ao longo dos estudos espíritas: "cumpre fixarmos bem o sentido que lhe atribuímos, a fim de evitarmos qualquer engano." (O Livro dos Espíritos, Introdução - II, final.)
Os médiuns de incorporação são classificados em conscientes, semi-conscientes e inconscientes.



Médiuns Conscientes:
Pode-se dizer que um médium consciente é aquele que durante o transcurso do fenômeno tem consciência plena do que está ocorrendo. O Espírito comunicante entra em contato com as irradiações perispirituais do médium, e, emitindo também suas irradiações perispirituais, forma a atmosfera fluídica capaz de permitir a transmissão de seu pensamento ao médium, que, ao captá-lo, transmitirá com as suas possibilidades, em termos de capacidade intelectual, vocabulário, gestos, etc.
O médium age como se fosse um intérprete da idéia sugerida pelo Espírito, exprimindo-a conforme sua capacidade própria de entendimento.
Esta forma de mediunidade será tanto mais proveitosa quanto maior for à cultura do médium e suas qualidades morais, a influência de espíritos bons e sábios, a facilidade e a fidelidade na filtração das idéias transmitidas. Seu desenvolvimento exige estudo constante, bom senso e análise contínua por parte do médium.
No Cap. XIX do "Livro dos Médiuns", especificamente o item 225 descreve a dissertação dada espontaneamente por um Espírito superior, sobre a questão do papel do médium, como segue:
"Qualquer que seja a natureza dos médiuns escreventes, quer mecânicos ou semimecânicos, quer simplesmente intuitivos, não variam essencialmente os nossos processos de comunicação com eles. De fato, nós nos comunicamos com os Espíritos encarnados dos médiuns, da mesma forma que com os Espíritos propriamente ditos, tão só pela irradiação do nosso pensamento".
"Os nossos pensamentos não precisam da vestidura (s. f. Tudo o que se pode vestir; vestimenta; traje; fato. (Do lat. vestitura.) da palavra, para serem compreendidos pelos Espíritos e todos os Espíritos percebem os pensamentos que lhes desejamos transmitir, sendo suficiente que lhes dirijamos esses pensamentos e isto em razão de suas faculdades intelectuais."
"Quer dizer que tal pensamento tais ou quais Espíritos o podem compreender, em virtude do adiantamento deles, ao passo que, para tais outros, por não despertarem nenhuma lembrança, nenhum conhecimento que lhes dormitem no fundo do coração, ou do cérebro, esses mesmos pensamentos não lhes são perceptíveis. Neste caso, o Espírito encarnado, que nos serve de médium, é mais apto a exprimir o nosso pensamento a outros encarnados, se bem não o compreenda, do que um Espírito desencarnado, mas pouco adiantado, se fôssemos forçado a servir-nos dele, porquanto o ser terreno põe seu corpo, como instrumento, à nossa disposição, o que o Espírito errante não pode fazer."
"Assim, quando encontramos em um médium o cérebro povoado de conhecimentos adquiridos na sua vida atual e o seu Espírito rico de conhecimentos latentes, obtidos em vidas anteriores, de natureza a nos facilitarem as comunicações, dele de preferência nos servimos, porque com ele o fenômeno da comunicação se nos toma muito mais fácil do que com um médium de inteligência limitada e de escassos conhecimentos anteriormente adquiridos. Vamos fazer-nos compreensíveis por meio de algumas explicações claras e precisas."
"Com um médium, cuja inteligência atual, ou anterior, se ache desenvolvida, o nosso pensamento se comunica instantaneamente de Espírito a Espírito, por uma faculdade peculiar à essência mesma do Espírito. Nesse caso, encontramos no cérebro do médium os elementos próprios a dar ao nosso pensamento a vestidura da palavra que lhe corresponda e isto quer o médium seja intuitivo, quer semimecânico, ou inteiramente mecânico. Essa a razão por que, seja qual for a diversidade dos Espíritos que se comunicam com um médium, os ditados que este obtém, embora procedendo de Espíritos diferentes, trazem, quanto à forma e ao colorido, o cunho que lhe é pessoal.
Com efeito, se bem o pensamento lhe seja de todo estranho, se bem o assunto esteja fora do âmbito em que ele habitualmente se move, se bem o que nós queremos dizer não provenha dele, nem por isso deixa o médium de exercer influência, no tocante à forma, pelas qualidades e propriedades inerentes à sua individualidade. É exatamente como quando observais panoramas diversos, com lentes matizadas (matizar - v. tr. dir. Variar, graduar (cores); dar cores vivas a; ornar; enfeitar; pr. ostentar cores variadas.), verdes, brancas, ou azuis; embora os panoramas, ou objetos observados, sejam inteiramente opostos e independentes, em absoluto, uns dos outros, não deixam por isso de afetar uma tonalidade que provém das cores das lentes."
"Ou, melhor: comparemos os médiuns a esses bocais cheios de líquidos coloridos e transparentes, que se vêem nos mostruários dos laboratórios farmacêuticos. Pois bem, nós somos como luzes que clareiam certos panoramas morais, filosóficos e internos, através dos médiuns, azuis, verdes, ou vermelhos, de tal sorte que os nossos raios luminosos, obrigados a passar através de vidros mais ou menos bem facetados (facetar - v. tr. dir. Fazer facetas em; lapidar; (fig.) aprimorar.), mais ou menos transparentes, isto é, de médiuns mais ou menos inteligentes, só chegam aos objetos que desejamos iluminar, tomando a coloração, ou, melhor, a forma de dizer própria e particular desses médiuns. Enfim, para terminar com uma última comparação: nós os Espíritos somos quais compositores de música, que hão composto, ou querem improvisar uma ária e que só têm à mão ou um piano, um violino, uma flauta, um fagote ou uma gaita de dez centavos. É incontestável que, com o piano, o violino, ou a flauta, executaremos a nossa composição de modo muito compreensível para os ouvintes. Se bem sejam muito diferentes uns dos outros os sons produzidos pelo piano, pelo fagote ou pela clarineta, nem por isso ela deixará de ser idêntica em qualquer desses instrumentos, abstração feita dos matizes do som. Mas, se só tivermos à nossa disposição uma gaita de dez centavos, ai está para nós a dificuldade."
"Efetivamente, quando somos obrigados a servir-nos de médiuns pouco adiantados, muito mais longo e penoso se torna o nosso trabalho, porque nos vemos forçados a lançar mão de formas incompletas, o que é para nós uma complicação, pois somos constrangidos a decompor os nossos pensamentos e a ditar palavra por palavra, letra por letra, constituindo-se isso numa fadiga e num aborrecimento, assim como um entrave real à presteza e ao desenvolvimento das nossas manifestações."
"..."Quando queremos transmitir ditados espontâneos, atuamos sobre o cérebro, sobre os arquivos do médium e preparamos os nossos materiais com os elementos que ele nos fornece e isto à sua revelia (loc. adv.): sem comparecimento ou conhecimento da parte revel. (De revel.). E como se lhe tomássemos à bolsa as somas que ele aí possa ter e puséssemos as moedas que as formam na ordem que mais conveniente nos parecesse."
"...Sem dúvida, podemos falar de matemáticas, servindo-nos de um médium a quem estas sejam absolutamente estranhas; porém, quase sempre, o Espírito desse médium possui, em estado latente, conhecimento do assunto, isto é, conhecimento peculiar ao ser fluídico e não ao ser encarnado, por ser o seu corpo atual um instrumento rebelde, ou contrário, a esse conhecimento. O mesmo se dá com a astronomia, com a poesia, com a medicina, com as diversas línguas, assim como com todos os outros conhecimentos peculiares à espécie humana."
"Finalmente, ainda temos como meio penoso de elaboração, para ser usado com médiuns completamente estranhos ao assunto de que se trate, o da reunião das letras e das palavras, uma a uma, como em tipografia."
"Conforme acima dissemos, os Espíritos não precisam vestir seus pensamentos; eles os percebem e transmitem, reciprocamente, pelo só fato de os pensamentos existirem neles. Os seres corpóreos, ao contrário, só podem perceber os pensamentos, quando revestidos. Enquanto que a letra, a palavra, o substantivo, o verbo, a frase, em suma, vos são necessários para perceberdes, mesmo mentalmente, as idéias, nenhuma forma visível ou tangível é necessária a nós." Erasto e Timóteo.
Complementa Kardec:
"NOTA. Esta análise do papel dos médiuns e dos processos pelos quais os Espíritos se comunicam é tão clara quanto lógica. Dela decorre, como princípio, que o Espírito haure, não as suas idéias, porém, os materiais de que necessita para exprimi-las, no cérebro do médium e que, quanto mais rico em materiais for esse cérebro, tanto mais fácil será a comunicação. Quando o Espírito se exprime num idioma familiar ao médium, encontra neste, inteiramente formadas, as palavras necessárias ao revestimento da idéia; se o faz numa língua estranha ao médium, não encontra neste as palavras, mas apenas as letras. Por isso é que o Espírito se vê obrigado a ditar, por assim dizer, letra a letra, tal qual como quem quisesse fazer que escrevesse alemão uma pessoa que desse idioma não conhecesse uma só palavra. Se o médium é analfabeto, nem mesmo as letras fornece ao Espírito. Preciso se torna a este conduzir-lhe a mão, como se faz a uma criança que começa a aprender. Ainda maior dificuldade a vencer encontra aí, o Espírito. Estes fenômenos, pois, são possíveis e há deles numerosos exemplos; compreende-se, no entanto, que semelhante maneira de proceder pouco apropriada se mostra para comunicações extensas e rápidas e que os Espíritos hão de preferir os instrumentos de manejo mais fácil, ou, como eles dizem, os médiuns bem aparelhados do ponto de vista deles.
Se os que reclamam esses fenômenos, como meio de se convencerem, estudassem previamente a teoria, haviam de saber em que condições excepcionais eles se produzem.



Médiuns Semi Conscientes:
É a forma de mediunidade psicofônica em que o médium sofre uma semi-exteriorização perispirítica, permitindo que esse fenômeno ocorra.
O médium sofre uma semi-exteriorizacão perispirítica em presença do Espírito comunicante, com o qual possui a devida afinidade; ou quando houve o ajustamento vibratório para que a comunicação se realizasse. Há irradiação e assimilação de fluidos emitidos pelo Espírito e pelo médium; formando a chamada atmosfera fluídica; e então ocorre a transmissão da mensagem do Espírito para o médium.
O médium vai tendo consciência do que o Espírito transmite à medida que os pensamentos daquele vão passando pelo seu cérebro, todavia o médium deverá identificar o padrão vibratório e a intencionalidade o Espírito comunicante, tolhendo-lhe qualquer possibilidade de procedimentos que firam as normas da boa disciplina mediúnica.
Ainda na forma semi-consciente, embora em menor grau que na consciente, poderá haver interferência do médium na comunicação, como repetição de frases e gestos que lhe são próprios, motivo porque necessita aprimorar sempre a faculdade, observando bem as suas reações no fenômeno, para prevenir que tais fatos sejam tomados como "mistificação". Essa é a forma mais disseminada (disseminar - v. tr. dir. Semear, espalhar por muitas partes; derramar; difundir, propagar. (Do lat. disseminare.) de mediunidade de incorporação.
Geralmente, o médium, precedendo (preceder - v. tr. dir. anteceder; estar colocado imediatamente antes de; chegar antes de. (Do lat. praecedere.) a comunicação, sente uma frase a lhe repetir insistentemente no cérebro; e, somente após emitir essa primeira frase é que as outras surgirão. Terminada a transmissão da mensagem, muitas vezes o médium só lembra, vagamente, do que foi tratado.
Médiuns Inconscientes:
Esta forma de mediunidade de incorporação caracteriza-se pela inconsciência do médium quanto a mensagem que por seu intermédio é transmitida. Isto se verifica por se dar uma exteriorização perispiritual total do médium.
O fenômeno se dá como nas formas anteriores, somente que numa gradação mais intensa. Exteriorização perispiritual, afinização com a entidade que se comunicará, emissão e assimilação de fluidos, formação da atmosfera necessária para que a mensagem se canalize por intermédio dos órgãos do médium, são indispensáveis.
Embora inconsciente da mensagem, o médium é consciente do fenômeno que está se verificando, permanecendo, muitas vezes, junto da entidade comunicante, auxiliando-a na difícil empreitada, ou, quando tem plena confiança no Espírito que se comunica, poderá afastar-se em outras atividades.
O médium, mesmo na incorporação inconsciente, é o responsável pela boa ordem do desempenho mediúnico, porque somente com a sua aquiescência (s. f. Ato de aquiescer; anuência; assentimento, consentimento), ou com sua conivência (s. f. Qualidade de conivente; cumplicidade dissimulada; colaboração. (Do lat. conniventia.), poderá o Espírito realizar algo.
Os Espíritos esclarecem que quando um Espírito se acha desprendido do seu corpo, quer pelo sono físico, quer pelo transe espontâneo ou provocado, e algo estiver iminente a lhe causar dano ao corpo, ele imediatamente despertará. Assim também acontecerá com o médium cuja faculdade se acha bem adestrada (adestrar - v. tr. dir. Tornar destro; ensinar; exercitar; treinar; pr. tornar-se destro.), mesmo estando em condições de passividade total; se o Espírito comunicante quiser lhe causar algum dano ou realizar algo que venha contra seus princípios, ele imediatamente tomará o controle do seu organismo, despertando.
Geralmente, o médium, ao recobrar sua consciência, nada ou bem pouco recordará do ocorrido ou da mensagem transmitida. Fica uma sensação vaga, comparável ao despertar de um sonho pouco nítido em que fica uma vaga impressão, mas que a pessoa não saberá afirmar com certeza do que se tratou.
Nos casos em que é deficiente ou viciosa a educação mediúnica, não há a facilidade do intercâmbio, faltando liberdade e segurança; o médium reage à exteriorização perispirítica, dificultando o desligamento e quase sempre intervém na comunicação, truncando-a (truncar - v. tr. dir. Separar do tronco; mutilar; omitir parte importante de. (Do lat. truncare.).
Algumas vezes se torna necessário, para o prosseguimento da educação mediúnica, nos chamados exercícios de incorporação, que os Mentores encarregados de tal desenvolvimento auxiliem o médium para que a exteriorização se dê. Para evitar o perigo da obsessão, eles cuidarão de exercitar o médium com os Espíritos comunicantes que não lhe ofereça perigo. Todavia, ainda nesse caso, a responsabilidade pelo desenvolvimento mediúnico está entregue ao médium, pois, se algo lhe acontecer, ele poderá despertar automaticamente. O mesmo não acontece no fenômeno obsessivo.
A mediunidade de psicofonia inconsciente é uma das mais raras no gênero. Para que o médium se entregue plenamente confiante ao fenômeno dessa ordem, é necessário que ele tenha confiança na sua faculdade, nos Espíritos que o assistem e, principalmente, no ambiente espiritual da reunião que freqüenta.
O Espírito Camilo no já citado livro "Desafios da Mediunidade", analisa alguns aspectos importantes relacionados com o tema:
Questão 15: "É possível para o médium inconsciente, após o transe, lembrar-se das sensações que teve durante a comunicação mediúnica?"
Resposta: "Tendo-se em conta que o médium, em estado de transe inconsciente, não se acha desligado do seu corpo físico, mas somente desprendido, podem remanescer em seus registros cerebrais certas impressões, ou sensações, obtidas durante o transe, podendo mencioná-las quando retorne a sua normalidade.
Durante o transe inconsciente, é comum acontecer que o médium fique num estado de sono profundo, mas que lhe permite captar sons, presenças variadas, luminosidade, ainda que não distinga esses sons, não identifique essas presenças ou não perceba donde vem a claridade. Essas sensações difusas podem fixar na memória atual e ser lembradas após o transe. Contudo, isso varia de um para outro medianeiro, não havendo uniformidade nessa questão."
Questão 14: "O fato da mediunidade manifestar-se consciente ou inconscientemente guarda relação com o adiantamento moral do médium?"
Resposta: "De modo nenhum. A manifestação mediúnica, de aspecto consciente ou inconsciente, nada tem a ver com o grau evolutivo do médium, mas está relacionada com aspectos fisiológicos ou psico-fisiológicos desse mesmo sensitivo.
Vale considerar que a consciência ou não durante o transe pode sofrer intermitências, isto é, períodos de consciência alternando com períodos de inconsciência, mormente (adv. Principalmente.) quando esses estados são determinados por situações psicológicas ou psico-fisiológicas.
Pode ocorrer que, de acordo com os tipos de Espíritos comunicantes ou com o interesse dos Guias dos médiuns, apenas certas manifestações sejam conscientes e outras não.
Depreendemos (depreender - v. tr. dir. e tr. dir. e ind. Perceber, vir ao conhecimento de; inferir, deduzir. (Do lat. deprehendere.) daí que pode haver flutuações na questão da consciência ou não do médium durante as manifestações. Só não ocorrerão alternâncias no caso em que essas características sejam determinadas pela estrutura fisiológica do sensitivo que, então, não pode ser alterada. Assim, ele será definitivamente consciente ou definitivamente inconsciente.
Por fim, é forçoso admitir que a chamada inconsciência mediúnica não traz nenhuma superioridade para o fenômeno, não sendo garantia de qualidade. O que dá ao fenômeno superioridade e garantia, num ou noutro estado consciencial, é a qualidade moral do médium, seus progressos como um todo, que fazem-no respeitado ante o Invisível, em virtude da responsabilidade, da seriedade com que encara seus compromissos."
Questão 16: "Qual a diferença entre médiuns sonambúlicos e Inconscientes?"
Resposta: "Muito embora no seio do Movimento Espírita haja o costume de chamar-se de sonambulismo àquele que sofre um transe inconsciente, pelo fato de o médium "dormir" durante o processamento do fenômeno, é necessário lembrar que o Codificador estabelece que médium sonambúlico ou sonâmbulo é o indivíduo que, em seu estado de sonambulismo comum, contata os desencarnados e transmite as mensagens que receba, podendo vê-los e com eles confabular.
O estado de emancipação do sonâmbulo é o que facilita a comunicação (O Livro dos Médiuns, cap. XIV, item 172).
No caso do médium inconsciente (Livro dos Médiuns, capítulo XVI, item 188), também chamado por Kardec de médium natural, encontramos aqueles em que o fenômeno mediúnico apresenta um caráter de espontaneidade, sem que a sua vontade consciente interfira, ou seja, nem sempre o médium está desejando ou esperando que o fenômeno aconteça.
Aqui podemos ver a importância da boa formação intelecto-moral do médium, pois esta é capaz de criar uma aura de proteção para ele, a fim de que não se torne joguete de desencarnados irresponsáveis, ou mesmo cruéis, que desejarão aproveitar-se da sua espontaneidade.
Vemos assim que, enquanto o médium inconsciente é controlado pelos desencarnados que atuam por meio dele nos variados fenômenos, quer os da psicografia, da psicofonia, da ectoplasmia e outros, o médium sonambúlico encontra-se com os desencarnados; ao desprender-se do corpo, com eles dialoga e nesse estado de emancipação relata o que vê e o que ouve. Entretanto, também o sonambúlico, ao despertar, pode guardar profunda ou parcial inconsciência do que com ele haja transcorrido no Invisível."
Assimilação das Correntes Mentais:
O fenômeno da psicofonia ou incorporação é caracterizado pelo chamado envolvimento mediúnico que significa um entrosamento das correntes mentais e vibratórias do médium com o Espírito comunicante.
No fenômeno mediúnico, durante o transe, o médium apresenta condições favoráveis à assimilação das correntes mentais com as quais se afiniza.
Isso se dá pela irradiação ou exteriorização perispirítica, que permite ao médium maior liberdade, podendo ser influenciado pelo campo vibratório dos Espíritos encarnados. Havendo a sintonia vibratória o médium passa a sentir, receber ou entender vibrações mentais da entidade comunicante.
Todavia, essa assimilação de correntes mentais não se dá apenas entre os dois participantes do fenômeno mediúnico, pois as demais pessoas que participam da reunião têm importância fundamental, podendo colaborar decisivamente para o bom êxito da empreitada, como também ser causa marcante no fracasso da ligação médium-Espirito, por ter, através de seus pensamentos, determinado um clima à realização do fenômeno. Assim, todos os participantes, médiuns, doutrinador, Espírito comunicante, mentores espirituais, tem grande importância na realização do intercâmbio mediúnico.
Muitas vezes, embora o médium esteja em boas condições, o fenômeno não se dá por falta de ambientação adequada e segura para a realização da delicada tarefa do intercâmbio mediúnico sem riscos para sua integridade física e psíquica.
Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Parte Segunda, Cap. XIX; Introdução, II – final.

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Capítulos XIV, item 172, XVI, item 188 e XIX, item 225.
DENIS, Leon. No Invisível. Segunda Parte, Cap. XIX
XAVIER, Francisco Cândido. Missionários da Luz. Pelo Espírito Emmanuel. Cap. VII e XVI.
XAVIER, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. Cap. V.
TEIXEIRA, José Raul. Desafios da Mediunidade. Pelo Espírito Camilo. Questões 14, 15, 16 e 28.
PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade. Capítulo IX – Incorporação.
FONTE: http://sef.feparana.com.br/apost/unid49.htm

Lenda dos Orixas - Quando Obá perde a orelha.



Obá


Lenda dos Orixas - Quando Obá perde a orelha.

Xangô, rei de Oió, tinha três lindas esposas: Iansã, Oxum e Obá.

Iansã era guerreira e muito inconstante. Oxum era doce e delicada, mas muito ardilosa. E Obá, a mais velha das três, também tinha o espírito guerreiro, porém era insegura por conta de sua idade.

Cada semana uma das esposas cozinhava, e como todo rei, Xangô decidia com qual esposa iria se deitar no dia. Obá percebia que Xangô procurava mais Oxum que a própria Iansã, a qual seria sua parte feminina. Também sabia que Oxum era uma grande feiticeira, conhecedora das ervas e de mistérios que ninguém mais conhecia.

obá


Se questionou:

´´ Já não me procura mais, O que deve ser? Sou velha demais? Não agrado mais ao meu rei?``

Desconfiada, foi logo procurar Oxum assim que Xangô saiu de seus aposentos e encontrou a Iabá de frente para o espelho ajeitando um lenço que acabara de pôr em sua cabeça, cobrindo também suas orelhas.

Obá, meio sem jeito, arriscou de uma vez a perguntar qual era o segredo de Oxum para deixar seu rei tão encantado a ponto de procurá-la quase todos os dias.

Observando a insegurança da rival Oxum começou a se gabar:

´´  Você quer saber qual o meu segredo?! - Riu- Meu Rei me deseja toda noite porque tenho um ingrediente secreto que coloco em seu Amalá que o deixa insaciável por mim!  ``

Quanto mais Oxum falava, mais Obá se entristecia. Percebendo a fragilidade da mulher, promete ajudá-la. Diz que ensinaria a ela seu segredo, mas que deveria ser feito a risca, pois seria também uma prova de seu amor pelo rei. Obá concorda e Oxum diz:

" Meu segredo é simples... Cortei minhas orelhas e coloquei no Amalá de Xangô. O resultado você já viu, não é? Faça o mesmo, mostre-o como você o ama. "

Na semana seguinte chegou a vez de Obá cozinhar e seguiu o conselho direitinho. Preparou o Amalá de seu esposo e para enfeitar o prato decepa sua orelha e a coloca no meio do prato. Ensanguentada amarra um lenço enfaixando sua cabeça e vai logo mostrar-se a Xangô.

obá

A mulher ferida estava de joelhos, com os pratos nas mãos e feliz pelo ato de amor que fizera. Mas isso só causou em Xangô repugnância e Òdio. Oxum que também estava presente descobre a cabeça e mostra suas orelhas intactas e diz:

" Achas mesmo que Oxum vai cortar suas belas orelhas? As orelhas de Oxum só servem 

para carregarem jóias e serem acariciadas pelo amor de seu rei Xangô"

obá


Foi a gota que faltava. Xangô brandando raios e trovões expulsa as duas iabás de seu palácio no céu, ficando somente com Iansã como esposa. Obá e Oxum se transformaram em dois rios que desceram em forma de cascata e toda vez que suas águas se encontram acontece um conflito, como a pororoca.

Axé!


Conheça mais sobre a Aura Humana



Você com certeza já deve ter conhecido alguém assim: 
Basta chegar perto para se envolver numa maravilhosa onda de luz e paz. 

Sua energia é tão positiva e contagiante que poderia até ser tocada. Outras pessoas, ao contrário, provocam uma desagradável sensação de cansaço, como se roubassem nossa energia. Esta capacidade de 'apagar ou iluminar' o ambiente reflete o poder da nossa aura. 

Uma pessoa altamente emotiva com um Chakra do Plexo Solar desenvolvido e descontrolado, pode causar destruição. 

Por outro lado uma pessoa que use corretamente o Centro do Coração, leva a inspiração a centenas de pessoas, expandindo sua Aura e tornando seu campo energético mais amplo, mais forte, mais protegido e mais resistente aos ataques das energias telúricas e de energias negativas. 

Através dela pode-se detectar visualmente que todo Ser humano representa um gerador de energia que produz um campo energético. 

1) Aura da saúde física; 
2) Aura astral ou emocional; 
3) Aura mental; 
4) Aura do corpo etérico. 

A aura é constituída por quatro campos, quatro camadas: 
Existe uma correlação entre o estado geral de corpo-mente-alma de uma pessoa e seu Corpo Vibratório. 

Danos à Alma, tensão e fraquezas físicas tornam-se perceptíveis, antes mesmo de se manifestarem em você, tais como depressões, fadigas e doenças. 

Quem passa por uma perda de um parente querido, por exemplo, terá chances de se recuperar mais rapidamente se seu Campo Energético estiver equilibrado. Uma das maneiras para deixá-la em perfeito estado é tomar o banho de água com sal. 

Antes de tudo, devemos esclarecer a essência da aura. 
Todos os pensamentos e atos humanos pertencem ao bem e ao mal. 
A espessura da aura é proporcional à quantidade de pensamentos bons e maus. 

Internamente, quando uma pessoa pratica o bem, sente uma satisfação na consciência. 
Esses pensamentos se convertem em luz, somando-se a luz do Corpo Espiritual. Quando, ao contrário, os pensamentos e atos sãos maus, estes se convertem em nuvens do Corpo Espiritual. 

Externamente, quando se faz o bem aos outros, os pensamentos de gratidão das pessoas beneficiadas também se convertem em luz. 

Transmitidos através do Fio Espiritual para a pessoa que praticou o bem, aumentam a luz desta. Quando, ao contrário, a pessoa recebe transmissões de pensamentos de vingança, ódio, ciúme ou inveja, suas nuvens aumentam. 

Por isso, é preciso praticar o bem e proporcionar alegria aos outros, evitando provocar pensamentos de vingança, ódio ou ciúmes. 

Para assegurar a boa luminosidade de Sua Aura todo cuidado é pouco. Ciúme, raiva, ódio ou inveja podem atuar negativamente sobre o equilíbrio dos campos energéticos. 

O primeiro passo é combater as situações de estresse com constantes exercícios de relaxamento, caminhar todos os dias pela manhã (se possível por vinte minutos), e viver situações que salientem o seu lado alegre. 

As Cores da Aura 

Ensinaremos uma técnica bem simples para visualizar a aura de alguém. Use apenas sua intuição. 

Coloque-se na frente pessoa. Fixe seu olhar nos intercílios. 
Conte até 5... Feche os olhos por alguns segundos. 

Depois, fixe sua atenção no alto da cabeça da pessoa que está na sua frente. Conte até 5. 
Feche os olhos e pergunte mentalmente: 

"Qual a cor da sua aura". A resposta virá instantaneamente. 

Apresentamos algumas das qualidades principais das cores, as quais se referem à segunda camada da Aura, que nos indica o estado de nossa Alma: 

Aura Verde 

Autoconfiança, capacidade de resolver problemas e de perdoar. 
Pessoa que ama a paz; sensibilidade. 
É organizador, planejador e estrategista. 

Aura Amarela 

Capacidade de dar e receber; ter esperanças; a saúde e a família desempenham um papel importante. 
Tem o dom de trabalhar em grupo harmoniosamente. 
O amarelo é uma das cores cinestésicas do espectro; isso significa que uma pessoa com aura desta cor tem uma reação física antes de ter uma resposta emocional ou intelectual. 
Quando ele entra numa sala cheia de gente, sabe de imediato se quer permanecer ou não. 

Aura Azul 

Capacidade de curar através das próprias energias mentais e espirituais; age sobre os outros de modo agradável e calmante; altos ideais de vida; sinceridade. 
O Azul personifica as características do cuidado e do carinho. 
É a cor da aura que mais se preocupa em ajudar os outros. 

Aura Laranja 

Destemidos, poderosos e descuidados com a própria segurança pessoal, brandem os punhos fechados contra o próprio Deus. 
Sua busca espiritual é, na verdade, uma busca de um sentido de vida além de si mesmo. 

Aura Dourada 

Adora saber como e por que uma determinada coisa funciona, e lança mão de uma paciência infinita. 
A espiritualidade, para a pessoa de aura dourada, é o estudo da ordem superior do universo e de leis e princípios que o governam. 
Ele quer entender a organização mental, as leis ou as probabilidades que geraram a ordem no interior do caos espiritual. 

Aura Vermelha 

Ênfase no modo de vida material; sucesso alcançado através da dedicação pessoal completa; saúde física estável; tendência à irritabilidade quando contrariada. 

Aura Violeta 

Espiritualidade bem desenvolvida; inspirações criativas; capacidade de transformar os sofrimentos pessoais em fatores positivos para o próprio destino. 
O violeta é a cor do espectro mais próxima do equilíbrio psíquico, emocional e espiritual em vigor no planeta neste momento. 

Aura Prateada 

Um curandeiro, médium natural. 
Utiliza energia para transformar luz em em raios que curam, seu maior desafio é aprender a se conhecer e descobrir seus dons especiais. 

Aura Anil Índigo 

A aguda perspicácia intelectual é um dos aspectos mais gratificantes e mais exasperantes, é brilhante e inquiridor, com uma inteligência que vai muito além dos conceitos mais tradicionais. 

Garantir uma aura equilibrada não é um 
bicho-de-sete-cabeças. 
Tenha muito bom humor e otimismo, assim 
Você estará sempre iluminado!!! 

Mistérios Antigos 

Um resumo das cores e uma descrição breve de cada cor:

As auras podem nos dar uma idéia das emoções de um indivíduo, pensamentos, habilidades e suas energias.
Cada cor significa uma certa vibração que tem significados diferentes.
Cada camada da aura afeta as outras e profundamente, afetando o humor de uma pessoa, o comportamento, a maneira de pensar e a saúde física.

As cores da Aura e seus significados:

Vermelho: porte físico, sexual, pensador abstrato. Gosta de atividade física e do toque.
Laranja: candidato a emoção, rápido, pensador e astuto. Adora a adrenalina.
Lilás: não-conformista, muitas vezes solitário. Gosta de chocar as pessoas. Prefere viver nas cidades.
Amarelo: divertido, de espírito livre, tímido, sensível, brincalhão. Tendência para ter uma personalidade aditiva.
Verde: poderoso e inteligente, a maioria das pessoas no planeta. Atraídos para viver, poder, dinheiro e negócios.
Cristal: a cor da aura que é muito rara. Pode não se dar bem com ninguém, e muitas vezes absorve os sentimentos dos outros e a energia. Frágil, delicado e extremamente sensível.
Azul: amor, carinho, apoio. Pode chorar por nada. Está nesta terra para ser um “cuidador” e curador.
Violeta: visionários, inspiradores, dirigentes, professores. Sua missão nesta vida é importante, tende a fazer algo para mudar vidas.
Índigo: para viver aqui como exemplos de consciência superior. Almas antigas que tendem a ter autoridade. 

A história do atabaque





Em nossas giras de Umbanda, é muito comum se ter presente o ataba­que, um instrumento lendário e de origem afro. Esse instrumento dá ritmo e axé aos cultos, possibilitando uma melhor incorporação e dando maior energia aos trabalhos.

O atabaque é um instrumento Sagrado, Consagrado e Firmado por Ori­­xás e Guias e tem uma força pode­rosa, que em uma gira faz toda a di­ferença. Para aprendermos um pouco mais sobre o atabaque e seus funda­mentos trago algumas informações interessantes sobre o mesmo, relacio­nado aos cultos afro religiosos, dentre eles, Umbanda e Candomblé.

Segundo a Wikipédia, "O Atabaque de Origem Africana, hoje muito utili­zado nos cultos aos orixás, de  reli­giõ­es também de origem afro, "E na verdade o caminho e a ligação en­tre o homem e seus orixás, os to­ques são o código de acesso e a chave para o mundo espiritual "( Romário Itararé há 35 anos toca atabaques e instru­mentos de percussão)

Há três tipos de atabaque:  Rum, Rum­pi e o Lê. O Rum é o atabaque maior, o Rumpi seria o segundo ataba­que maior, tendo como importância responder ao atabaque Rum, e o Lê seria o terceiro atabaque onde fica o Ogã que está iniciando ou aprendiz que acompanha o Rumpi. O Rum também é usado para dobrar ou repicar o toque para que não fique um toque repetitivo. Importante saber que cada atabaque tem suas obrigações a serem feitas, pois o atabaque praticamente repre­senta um Orixá.


Existem vários tipos de toques, Angola que se toca com mão e Ketu que se toca com a varinha. Na Angola existem vários tipos de toques, onde cada toque é destinado a um Orixá, por exemplo, Congo de Ouro, Angolão que seria desti­nado a Oxossi, Ygexá que seria destinado a Oxum, etc. O mesmo acontece com Ketu, que se toca com varinha de goiabeira ou bambu, chamada aguidani.O couro também mere­ce cuidados, como passar dendê e deixar no sol para que ele, o couro, fique mais esticado e possa produzir um som melhor.

Um Ogã seria como um Tatá da Casa e na maioria das vezes seu conhecimento é quase superior a um Zelador de Santo. Para ser um Ogã não basta saber tocar, e sim, saber o fundamento da Casa, sali­entando que saber o canto na hora certa, é de gran­de importância para um Terrei­ro.

Existem também outros tipos de componentes que se usam junto com os ataba­ques, como por exemplo, o agogô, chocalho, triângulo, pandeiro, etc. Existe também o Abatá, que seria um tambor, com os dois lados com couro, que se usa muito no Rio Grande do Sul e na nação Tambor de Mina.

Os tambores começaram a apa­recer nas escavações arqueológicas do período neolítico.

O tambor mais antigo foi en­contrado em uma escavação de 6.000 anos A.C. Os primeiros tambores provavelmente consistiam em um pedaço de tronco de árvore oco. Es­tes troncos eram cobertos nas bor­das com peles de alguns répteis, e eram percutidos com as mãos, depois foram usadas peles mais resistentes e apareceram as primeiras baquetas. O tambor com duas peles veio mais tarde, assim como a variedade de tamanho.

De origem africana, o atabaque é usado em quase todos os rituais afro-brasileiros, típico do Candomblé e da Umbanda e de outros estilos relacio­nados e influenciados pela tradição africana. De uso tradicional na música ritual e religiosa são empregados para evocar os Orixás.

Texto de: Marcos Vinicius Caraccio
Umbanda Carismática


Santa Ana - Nanã

Santa Ana    Sincretismo Nanã   3ª Legião de Yemanjá 

Viveram no primeiro século e sua festa é celebrada no leste no dia 9 de setembro. A tradição dá o nome de Joaquim e Ana (significa graciosa em hebreu) aos pais da Virgem Maria (Luc 3:23). 

São João Damasceno exorta Joaquim e Ana como modelos de pais e esposos cujo principal dever era educar seus filhos. São Paulo diz que a educação dos filhos pelos pais é sagrada. 

A tradição diz que Joaquim nasceu em Nazaré, e casou-se com Anna quando ele era jovem. Ele era um rico fazendeiro e possuía um grande rebanho. Como não tivessem filhos durante muitos anos Joaquim era publicamente debochado, (não ter filhos era considerado na época uma punição de Deus pela sua inutilidade). Um dia o padre do templo recusou a oferta de Joaquim de um cordeiro e Joaquim foi para o deserto e jejuou e rezou por 40 dias. O Pai de Ana teria sido um judeu nômade chamado Akar que trouxe sua mulher para Nazaré com sua filha Anna. Após o casamento de sua filha com Joaquim também ficou triste de não terem sido agraciados com netos. Ana chorava e orava a Deus para atendê-la. Um dia ela estava orando e um anjo disse a ela que Deus atenderia as suas preces. Ela estava sob uma árvore pensando que Joaquim a havia abandonado (ele estava no deserto). O anjo disse ainda que o filho que teriam seria honrado e louvado por todo o mundo. Anna teria respondido; "Se Deus vive e se eu conceber um filho ou filha será um dom do meu Deus e eu servirei a Ele toda a minha vida." 

O anjo disse a ela para ir correndo encontrar com o seu marido o qual, em obediência a outro anjo, retornava com o seu rebanho. Eles se encontraram em um local que a tradição chama de Portão de Ouro. Santa Anna deu a luz a Maria quando ela tinha 40 anos. É dito que Anna cumpriu a sua promessa e ofereceu Maria a serviço de Deus, no templo, quando ela tinha 3 anos. De acordo com a tradição ela e Joaquim viveram para ver o nascimento de Jesus e Joaquim morreu logo após ver o seu Divino neto presente no templo de Jerusalém. 

O Imperador Justiniano construiu em Constantinopla, uma igreja em honra de Santa Anna lá pelo ano de 550. Seu corpo foi trasladado da Palestina para Constantinopla em 710 e algumas porções de suas relíquias estão dispersas no Oeste. Algumas em Duren (Rheinland-Alemanha), em Apt-en-Provence, (França) e Canterbury (Inglaterra). 

O culto litúrgico de Santa Ana apareceu no sexto século no leste e no oitavo século no Ocidente. No século décimo a festa da concepção de Santa Anna era celebrada em Nápoles e se espalhou para Canterbury lá pelos anos de 1100 DC e daí por diante até século 14, quando o seu culto diminui pelo crescente interesse pela sua filha, a Virgem Maria. 

O culto a Santa Ana chegou a ser até atacada por Martinho Lutero, especialmente as imagens com Jesus e Maria, um objeto favorito dos pintores da Renascença. Em resposta, a Santa Sé estendeu a sua festa para toda a Igreja em 1582. 

São Joaquim tem sido honrado no Leste desde o início e no Ocidente desde o 16° século e imagens do culto a São Joaquim começaram no ocidente nas Comunas e nos Arcos em Veneza que datam do século 6°. 

A Imaculada Concepção de Maria é comemorada no dia 8 de dezembro e o nascimento da Virgem Maria, nove meses depois, ou seja, no dia 8 de Setembro. 

A festa de São Joaquim era celebrada, no Ocidente no dia 16 de agosto. 

Agora, ambos são comemorados no dia de Santa Ana ou seja no dia 26 de julho. 


Octavio 






XANGÔ - A justiça de DEUS



Diante das muitas lendas respeitáveis que ouvimos sobre este Orixá tão querido, desejamos colocar uma nova visão sobre a justiça divina com base de estudo na obra codificada por Allan Kardec em "O livro dos Espíritos"

Terceira parte, capítulo 06



LEI DE DESTRUIÇÃO


Flagelos destruídores

737. Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores?
“Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões, porém, são freqüentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos.” 

738. Para conseguir a melhora da Humanidade, não podia Deus empregar outros meios que não os flagelos destruidores?
– Sim, pode, e os emprega todos os dias, uma vez que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. É o homem que não tira proveito disso; é preciso castigá-lo em seu orgulho e fazer-lhe sentir sua fraqueza.

a) Mas, nesses flagelos, tanto sucumbe o homem de bem como o perverso. Será justo isso?
“Durante a vida, o homem tudo refere ao seu corpo; entretanto, de maneira diversa pensa depois da morte. Ora, conforme temos dito, a vida do corpo bem pouca coisa é. Um século no vosso mundo não passa de um relâmpago na eternidade. Logo, nada são os sofrimentos de alguns dias ou de alguns meses, de que tanto vos queixais. Representam um ensino que se vos dá e que vos servirá no futuro. Os Espíritos, que preexistem e sobrevivem a tudo, formam o mundo real . Esses os filhos de Deus e o objeto de toda a Sua solicitude. Os corpos são meros disfarces com que eles aparecem no mundo. Por ocasião das grandes calamidades que dizimam os homens, o espetáculo é semelhante ao de um exército cujos soldados, durante a guerra, ficassem com seus uniformes estragados, rotos, ou perdidos. O general se preocupa mais com seus soldados do que com os uniformes deles.”

b) Mas, nem por isso as vítimas desses flagelos deixam de o ser.
“Se considerásseis a vida qual ela é e quão pouca coisa representa com relação ao infinito, menos importância lhe daríeis. Em outra vida, essas vítimas acharão ampla compensação aos seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem murmurar.” Venha por um flagelo a morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo. Se, pelo pensamento, pudéssemos elevar-nos de maneira a dominar a Humanidade e abrangê-la em seu conjunto, esses tão terríveis flagelos não nos pareceriam mais do que passageiras tempestades no destino do mundo.

739. Têm os flagelos destruidores utilidade, do ponto de vista físico, não obstante os males que ocasionam?
"Têm. Muitas vezes mudam as condições de uma região. Mas, o bem que deles resulta só as gerações vindouras o experimentam.”

740. Não serão os flagelos, igualmente, provas morais para o homem, por porem no a braços com as mais aflitivas necessidades?
“Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo.”

741. Dado é ao homem conjurar os flagelos que o afligem?
“Em parte, é; não, porém, como geralmente o entendem. Muitos flagelos resultam da imprevidência do homem. À medida que adquire conhecimentos e experiência, ele os vai podendo conjurar, isto é, prevenir, se lhes sabe pesquisar as causas. Contudo, entre os males que afligem a Humanidade, alguns há de caráter geral, que estão nos decretos da Providência e dos quais cada indivíduo re submissão à vontade de Deus. Esses mesmos males, entretanto, ele muitas vezes os agrava pela sua negligência.” Na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocados a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais às produções da terra. Não tem, porém, o homem encontrado na Ciência, nas obras de arte, no aperfeiçoamento da agricultura, nos afolhamentos e nas irrigações, no estudo das condições higiênicas, meios de impedir, ou, quando menos, de atenuar muitos desastres? Certas regiões, outrora assoladas por terríveis flagelos, não estão hoje preservadas deles? Que não fará, portanto, o homem pelo seu bem-estar material, quando souber aproveitar-se de todos os recursos da sua inteligência e quando aos cuidados da sua conservação pessoal, souber aliar o sentimento de verdadeira caridade para com os seus semelhantes? seu orgulho e que se lhe faça sentir a sua fraqueza.”







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